"A gente pede muita atenção, em especial às famílias que moram em áreas como o Morro do Cechella", diz secretário interino de Resiliência Climática de Santa Maria sobre as chuvas

A chuva intensa que atinge Santa Maria desde sexta-feira (1º) já causou estragos em diferentes regiões da cidade. Em entrevista ao Bom Dia, Cidade nesta segunda-feira (4), o secretário interino de Resiliência Climática e Relações Comunitárias, Edson Júnior, relatou que houve quedas de árvores, granizo, postes danificados e até o desabamento de uma casa de madeira, sem vítimas graves.

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— Tivemos vento forte, tivemos também queda de granizo, mas granizo não de um diâmetro para causar danos em telhados. O que a gente registrou neste final de semana foi queda de árvores em dois pontos do município, na Chácara das Flores e também no Centro, na Rio Branco. E um poste de energia elétrica que acabou cedendo ali, ficando inclinado sobre uma residência no Bairro Chácara das Flores — informou Edson.

Um dos casos que mais preocupou a Defesa Civil foi o colapso estrutural de um chalé de madeira, que resultou no desabamento da casa. O morador permaneceu no imóvel mesmo após perceber que a estrutura estava instável. Ele acabou ficando entre madeiras da construção, mas conseguiu sair por conta própria e foi atendido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), sem ferimentos.

— Foi uma situação muito preocupante. O morador nos relatou que a casa vinha ‘estalando’ durante a noite, mas ele optou por permanecer no imóvel. Acabou sendo surpreendido quando a casa caiu. Não se feriu e foi acolhido por familiares — contou o secretário. 

Um carro, pertencente a um sobrinho, ficou preso nos escombros. A família deve fazer a remoção e a prefeitura deve iniciar a demolição da estrutura para evitar novos riscos, informou Júnior.

Segundo ele, o município está verificando se já havia notificações anteriores sobre a precariedade da casa.

— Santa Maria não é uma região que tenha riscos de alagamento nem de deslizamento. É uma questão bem estrutural mesmo. Claro que existe uma interferência desta chuva intensa, mas fica muito visível que é um colapso mesmo da estrutura — afirmou.

Atenção redobrada nas áreas de risco

Apesar da intensidade das chuvas e do vento, não houve registros de feridos até o momento. A maioria dos chamados recebidos pela Defesa Civil durante o fim de semana foram por causa de infiltrações, pedidos de lona e pequenos danos estruturais. A prefeitura alerta para que moradores não subam nos telhados para consertos durante o temporal e busquem proteger móveis e pertences dentro de casa.

— A gente teve uma reunião com a Regional da Defesa Civil, com o Corpo de Bombeiros. Reforçamos esse alerta: não façam coberturas neste momento de chuva. Tenham calma, cautela. O mais importante é evitar feridos — orientou o secretário, que também é coordenador da Defesa Civil da Associação dos Municípios da Região Central (AMCentro).

A chuva deve continuar nos próximos dias, e o solo já está encharcado, o que aumenta os riscos em áreas de encostas. Equipes seguem monitorando pontos vulneráveis.

— A gente pede muita atenção, em especial às famílias que moram em áreas como o Morro do Cechella, Santa Teresa, Arroio Grande, ou ainda regiões como a Rua da Felicidade, na Urânia. São locais onde podemos ter solapamento de margens, deslizamento de terra ou outras situações graves. Se notarem árvores inclinadas ou outros sinais de risco, saiam da casa e acionem a Defesa Civil pelo telefone 153 — orientou Edson Júnior.